Por uma década, minha arena foi o volume. Como fundador do Vineria 9, comandei uma operação que se tornou um dos maiores players do vinho no Brasil. Nós não vendíamos apenas garrafas; nós movimentamos um mercado. Falamos de um faturamento que ultrapassou os R$ 40 milhões, de uma logística que atendia mais de 100.000 clientes e de um portfólio com 3.000 rótulos. Eu aprendi, na prática, a linguagem dos gigantes.

Mas no topo da montanha, a vista se torna mais clara. E o que eu vi foi um padrão de repetição. Um mar de rótulos que gritavam suas origens, safras e pontuações, mas que raramente entregavam uma experiência genuinamente nova. O mercado estava saturado de informação, mas carente de alma.

A Paisà não nasceu de um plano de negócios. Ela nasceu de uma decisão. A decisão de transcender a escala em favor da essência. De trocar o ruído pelo silêncio. De usar toda a minha experiência, não para vender mais, mas para criar o melhor.

Cada garrafa de Paisà é um ato deliberado. É a minha convicção de que a verdadeira sofisticação não precisa de um manual de instruções. Ela exige uma matéria-prima excepcional, uma apresentação impecável e a coragem de deixar o vinho falar por si só. É um blend secreto, uma edição limitadíssima, uma obra criada para quem, como eu, já viu de tudo e agora busca apenas o extraordinário.

Hoje, meu legado continua em Jurerê Internacional, onde seleciono os imóveis mais incríveis do Brasil para a GV9 Properties. A filosofia é a mesma. Mas foi em Bento Gonçalves, onde vivi por 31 anos, que a minha assinatura foi forjada.

Isto não é apenas um vinho. É a prova de que o verdadeiro luxo é, e sempre será, a raridade.